quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Bola 08 [sinuca de bico]

A areia escorrendo entre os dedos.
O vento passa e levanta o pouco que restou grudado entre eles [agora com as laterais sangrando, resultado da ansiedade adolescente que me faz futucar com voracidade as cutículas].
Da unha, a carne sangra.
Você suspensa no ar.
Do outro lado da rua ela pede um cigarro, se não o tenho, dou ao menos um trago.
Digo que não quero, não faço.
Ela suspira vazia e me pede pra então esquecer.
Em outra cena:
- desce daí passarinha! deixa eu ir pra lá com você?
Sua voz lá de cima soando em lá menor. Quase nunca te escuto, nos ruídos de um telefone quase mudo [o silêncio barulhento dos que pensam demais].
Dissonantes essas meninas, uma pedindo, outra negando.
Já eu, temo ficar só.
Sei que você já lê minhas linhas, vaidades e estalos. Racionalidades passageiras, coisa de um segundo.
Poderia rimar com: "merda de coração vagabundo".
Mentira.
Teu mar agitado me envolve, quando na verdade procuro a calmaria dos amantes, mesmo daqueles que não se amam.
Mentira.
Sinto que antes areia, do que se perder na espuma.


"Eu sei
Tudo por acaso, tudo por atraso, mera distração (diversão)
Eu sei
Por impaciência, por obediência, pura intuição.
Qualquer dia, qualquer hora, tempo e dimensão.
O futuro foi agora, tudo é invenção.
Ninguém vai saber de nada
E eu sei
Pelo sentimento,
Pelo envolvimento,
Pelo coração.
Eu sei
Pela madrugada, pela emboscada, pela contramão.
Por qualquer poesia
Por qualquer magia
Por qualquer razão "

2 comentários:

Fórum Rio em Movimento disse...

ainda buscando uma interpretação convincente. abusou da subjetividade, hein... grrr

Fórum Rio em Movimento disse...

foi fácil até. nom sei o resultado é bom ou ruim. agora, buscando uma interpretação tranqüilizante :/